sábado, 10 de junho de 2017

CUT-CE realiza Congresso e Plenária neste final de semana

Centenas de sindicalistas e representantes de movimentos sociais estão construindo nova agenda de lutas. Evento integra preparação da 15ª Plenária e Congresso Extraordinário e Exclusivo da CUT Brasil

Escrito por: CUT-CE/Assessoria de Comunicação

Sede do Sindicato dos Bancários do Ceará lotada na manhã desta sexta-feira (9/6), durante o I Congresso Extraordinário e Exclusivo da CUT-CE (FOTO: Txai Costa e Mendes/CUT-CE)
Sede do Sindicato dos Bancários do Ceará lotada na manhã desta sexta-feira (9/6), durante o I Congresso Extraordinário e Exclusivo da CUT-CE (FOTO: Txai Costa e Mendes/CUT-CE)

A Central Única dos Trabalhadores no Ceará (CUT-CE) realiza durante toda esta sexta-feira (9/6) e parte do sábado (10/6) sua 13ª Plenária Estatutária, simultaneamente ao seu I Congresso Extraordinário e Exclusivo. Sob o lema 100 anos depois... A luta continua! Nenhum direito a menos!, as atividades estão sendo realizadas na sede do Sindicato dos Bancários do Ceará, no Centro de Fortaleza, e também relembram o centenário da 1ª greve geral no Brasil e da Revolução Russa. O caráter central do Congresso é dar seguimento à construção da estratégia de lutas da classe trabalhadora para o próximo período, para enfrentar o golpe em curso no Brasil e as reformas neoliberais.

Participam do Congresso centenas de delegados e delegadas de todas as regiões do estado do Ceará, de todo o movimento sindical cutista (cerca de 300 sindicatos filiados). Estão incluídas ainda representações de movimentos sociais do estado que compõem a Frente Brasil Popular. “É um grande debate sobre conjuntura, estratégias, plano de lutas e o futuro da classe trabalhadora. Nossa palavra de ordem é, sobretudo, resistir. Diretas já e fora Temer!”, enfatizou o presidente da Central estadual, Wil Pereira, também coordenador-adjunto do Congresso.

O credenciamento de delegados e delegadas ocorreu na quinta-feira (8/6) e hoje pela manhã, quando houve um tributo ao cantor e compositor cearense Belchior, recém-falecido, com Edinho Villas Boas. Em seguida, abertura do Congresso, leitura do regimento interno e mesa de debates até o início da tarde. As discussões estão girando em torno da atual conjuntura, estratégias e plano de lutas. Além da Direção Executiva da CUT-CE, representaram a CUT Nacional no debate inicial o secretário geral, Sérgio Nobre; e a secretária de Relações de Trabalho, Graça Costa. E ainda Ricardo Gebrim, representando a Frente Brasil Popular em âmbito nacional.

A tarde foi dedicada a trabalhos em grupo e, logo mais, à noite, haverá um ato político-cultural no Sindicato dos Comerciários, com o cantor Parahyba e Cia. Palmas. A manhã de sábado (10/6) será reservada à mesa de apresentação da síntese dos trabalhos em grupo, aprovação das emendas, resoluções e moções, e ainda eleição dos delegados e das delegadas que participarão da 15ª Plenária Nacional da CUT.

Momento crucial e histórico
O I Congresso Extraordinário e Exclusivo da CUT-CE ocorre no momento em que estamos atravessando um dos momentos mais cruciais da sociedade brasileira e da história da classe trabalhadora. Tudo aconteceu e foi preparado de forma covarde e ardilosa, em pouco menos de um ano: quando o golpe de Estado se concretizou e as forças conservadoras tomaram o poder de assalto.

A união da esquerda, dos sindicatos e movimentos sociais é imprescindível neste momento, com o direito e o dever de lutar, de forma incansável, para reverter esse processo. Este é o tempo em que as lutas populares se intensificam, acuando o governo golpista e sua agenda neoliberal e de retrocessos. As forças do campo democrático popular chegaram ao seu auge na mais recente greve geral de 28 de abril, uma greve histórica, e que envolveu 40 milhões de trabalhadores e trabalhadoras. E já foi agendada nova greve geral nacional para o fim deste mês.

“É uma honra estar nesse congresso num momento tão especial da nossa história. Arrisco dizer que é o momento mais complexo que nós já enfrentamos”, avaliou  Ricardo Gebrim durante o debate de abertura, representando a Frente Brasil Popular (FBP) no Brasil. Gebrim fez uma análise comparativa em os dois últimos golpes ocorridos no país – 1964, durante o governo de João Goulart; 2016, no governo de Dilma Rousseff; e a tentativa de golpe contra governo de Getúlio Vargas em 1954. “Nessas três situações da nossa historia, as forças econômicas e sociais que patrocinaram os golpes são as mesmas: interesses estratégicos de grandes corporações na concessão das nossas riquezas. Com o discurso de ‘enfrentar a corrupção’, tentam se apropriar do conjunto de nossas riquezas no momento de crise internacional do capitalismo”. 

Para o representante nacional da FBP, uma das principais diferenças entre os golpes de 1964 e de 2016 foi, neste último a utilização de outro setor do Estado pra legitimar o golpe: “setores da Polícia Federal, Ministério Público e Judiciário, contando com o incrível monopólio da mídia”.

O momento é de continuar deixando claro que a esquerda e os movimentos sindical e sociais no Brasil não aceitarão as reformas perigosas e, muito menos, a agenda neoliberal que vem sendo imposta à nação. Por isso, continuamos a organizar nossa agenda de lutas: por “Diretas Já!” e “Fora Temer!”. Vamos resistir!

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