Adelaide Gonçalves, professora e pesquisadora do Departamento de História da Universidade Federal do Ceará (UFC), seduziu os ouvintes no painel "Nenhum Direito a Menos: Não às Reformas Neoliberais", realizado nesta segunda-feira (28), no primeiro dia da Jornada da Resistência. Pelo menos quatro vezes, a palestrante foi aplaudida pelo auditório lotado do Hotel Romanos, uma delas de pé. A estudiosa provocou a reflexão da história da luta de classes, da cultura libertária, do movimento operário, do anarquismo, do feminismo, da literatura latino-americana e dos passos do livro e da leitura. Foi impossível desviar a atenção.
“O fermento da resistência passa pelo grande remendo da história”, disse ao lembrar das lutas dos povos americanos, especialmente do povo cubano, que recentemente perdeu o líder revolucionário Fidel Castro, falecido nesta semana. Para a professora, é necessário seguir acreditando na liberação de energias utópicas em favor da construção de um novo mundo.
Adelaide falou sobre o papel de vanguarda da Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (Fetamce) nesta conjuntura e destacou o drama vivido especialmente pelos trabalhadoras da função pública, atingidos diretamente pelas políticas ultraliberais do Governo Temer, como a PEC 241 / 55 e as reformas nos direitos trabalhistas e previdenciários. “A resistência hoje é a medida da nossa existência. Para vivermos hoje é preciso resistir”, enfatizou.
Primavera Estudantil
Por sua vez, Carliane Isabel, estudante da UFC e membro da diretoria do Diretório Central dos Estudantes (DCE), falou sobre as ocupações em escolas e universidades organizados por jovens em todo o país, na chamada “Primavera Estudantil”.
Ela destacou que o caos provocado pela instabilidade política do país fez brotar um movimento forte e uma nova geração totalmente apontada para a luta. “Quanto maior o ataque, maior será a resistência, por isso temos mais de 240 universidades ocupadas no país”, disse.
Carliana citou Bertolt Brecht para enfatizar que os estudantes estão dispostos a manterem-se nas trincheiras em nome de mais direitos e por nenhum passo atrás: “Nossos inimigos dizem: a luta terminou. Mas nós dizemos: ela começou (…)”, citou.
Sobre a malfadada emenda constitucional que destrói o serviço público, a diretora do DCE concluiu: “É preciso agir, por isso estamos mobilizando. O que está em jogo não é um semestre, uma faculdade. O que está em jogo são 20 anos de uma educação paralisada”, finalizou.
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Última atualização: 29/11/2016 às 16:49:20 | |
terça-feira, 29 de novembro de 2016
Reflexão histórica encanta participantes da Jornada da Resistência - FETAMCE 2016
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