quarta-feira, 20 de abril de 2016

Frentes apontam que mobilização crescerá no Brasil - VAMOS CONTINUAR NAS RUAS PARA DERROTAR O GOLPE

Movimentos alertam que o país irá resistir e não reconhecerá golpistas no poder

Escrito por: Luiz Carvalho e Vanessa Ramos


O Brasil assistiu neste domingo (17) ao espetáculo golpista a cada voto parlamentar em defesa da saída da presidenta Dilma Rousseff, eleita por 54,5 milhões de votos. Seguidos de discursos conservadores, os deputados mostraram na Câmara dos Deputados como estão distantes do povo.
Pouco depois das 23h, os 342 votos que permitem a continuidade do processo de impeachment foram alcançados, número que representa dois terços do total de 513 deputados.
Diante do cenário, a Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo lançaram nota contrária ao resultado da votação, mas firmando que a mobilização nas ruas irá crescer. Os movimentos apontam como caminho uma “profunda reforma do sistema político” e garantem que jamais reconhecerão um governo como o de Michel Temer (PMDB-RJ), que comanda um processo de golpe institucional.
Confira, abaixo, a nota na íntegra.
Não aceitamos o golpe contra a democracia e nossos direitos!
Vamos derrotar o golpe nas ruas!
Este 17 de abril, data que lembramos o massacre de Eldorado dos Carajás, entrará mais uma vez para a história da nação brasileira agora como o Dia da Vergonha. Isso porque uma maioria circunstancial de uma Câmara de Deputados manchada pela corrupção ousou autorizar o impeachment fraudulento de uma presidente da República contra a qual não pesa qualquer crime de responsabilidade. 
As forças econômicas, políticas conservadoras e reacionárias que alimentaram essa farsa têm o objetivo de liquidar direitos trabalhistas e sociais do povo brasileiro. São as entidades empresariais, políticos como Eduardo Cunha, réu no STF por crime de corrupção, partidos derrotados nas urnas como o PSDB, forças exteriores ao Brasil interessadas em pilhar nossas riquezas e privatizar empresas estatais como a Petrobras e entregar o pré-sal às multinacionais.

E fazem isso com a ajuda de uma mídia golpista, que tem como o centro de propaganda ideológica golpista a Rede Globo, e com a cobertura de uma operação jurídico-policial voltada para atacar determinados partidos e lideranças e não outros,
Por isso, a Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo conclamam os trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade, e as forças democráticas e progressistas, juristas, advogados, artistas, religiosos a não saírem das ruas e continuar o combate contra o golpe através de todas as formas de mobilização dentro e fora do País.
Faremos pressão agora sobre o Senado, instância que julgará o impeachment da presidente Dilma sob a condução do ministro Lewandowski do STF. A luta continua contra o golpe em defesa da democracia e nossos direitos arrancados na luta, em nome de um falso combate à corrupção e de um impeachment sem crime de responsabilidade.
A Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo desde já afirmam que não reconhecerá legitimidade de um pretenso governo Temer, fruto de um golpe institucional, como pretende a maioria da Câmara ao aprovar a admissibilidade do impeachment golpista.
Não reconhecerão e lutarão contra tal governo ilegítimo, combaterá cada uma das medidas que dele vier a adotar contra nossos empregos e salários, programas sociais, direitos trabalhistas duramente conquistados e em defesa da democracia, da soberania nacional. Não nos deixaremos intimidar pelo voto majoritário de uma Câmara recheada de corruptos comprovados, cujo chefe, Eduardo Cunha, é réu no STF e ainda assim comandou a farsa do impeachment de Dilma.
Continuaremos na luta para reverter o golpe, agora em curso no Senado Federal e avançar à plena democracia em nosso País, o que passa por uma profunda reforma do sistema político atual, verdadeira forma de combater efetivamente a corrupção.
Na história na República, em vários confrontos as forças do povo e da democracia sofreram revezes, mas logo em seguida, alcançaram a vitória. O mesmo se dará agora: venceremos o golpismo nas ruas!
Portanto, a nossa luta continuará com paralisações, atos, ocupações já nas próximas semanas e a realização de uma grande Assembleia Nacional da Classe Trabalhadora, no próximo 1º de maio.
A luta continua! Não ao retrocesso! Viva a democracia!
CUT-CE

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