A Campanha Brasil Forte, em defesa de um serviço público e de qualidade e da valorização dos servidores e das estatais, lançada durante o Seminário “Estado, o Serviço Público e as Empresas Estatais no Desenvolvimento com Equidade”, que terminou nesta quinta-feira (17), em São Paulo, vai mobilizar o Brasil inteiro.
O Seminário debateu profundamente temas como os impactos das privatizações na vida do povo brasileiro, o interesse do mercado financeiro nacional e internacional em acabar com a soberania adquirindo empresas e serviços públicos para lucrar muito com a prestação de serviços essenciais, e o congelamento de investimentos em políticas públicas durante 20 anos.
Além disso, os debatedores apontaram saídas para o desenvolvimento do Pais, como uma reforma tributária para acabar com sonegações e taxar as grandes fortunas e a defesa incansável do ex-presidente Lula, mantido como preso político desde o dia 7 de abril na sede da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. LulaLivre, Lula inocente e Lula presidente, gritaram os participantes.
Para a CUT, só com unidade, mobilização nas ruas e pressão nas três esferas de governos podemos consolidar a campanha Brasil Forte cuja tarefa inicial é lutar pela revogação da Emenda Constitucional 95, ou PEC da Morte, PEC do congelamento de gastos, que limita os investimentos nos direitos básicos, como saúde e educação, e potencializa as privatizações e o fim dos serviços públicos.
A conclusão foi tirada coletivamente pelas entidades CUTistas que participaram do encerramento do Seminário “Estado, o Serviço Público e as Empresas Estatais no Desenvolvimento com Equidade”, organizado pela CUT com apoio da Fundação Perseu Abramo, na tarde desta quinta-feira (17).
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“O mundo inteiro está voltando atrás nas privatizações, reestatizando as empresas porque sentiram na pele os efeitos das medidas, que aumenta a desigualdade e diminui drasticamente a qualidade de vida de todo cidadão”, contou a secretária-geral adjunta da CUT, Maria Faria.
Segundo ela, a Campanha Brasil Forte, tem que ser de toda a sociedade, porque o congelamento de gastos acaba sendo o alicerce de todo esse desmonte que estão fazendo com o país e atua como efeito dominó para toda a série de retrocessos que vem sendo impostos aos brasileiros e das brasileiras.
“Não é só a questão do trabalhador na defesa do emprego, é o trabalhador, seu emprego, sua família, seus amigos e sua condição de vida que serão impactados e só juntos podemos derrotar essa medida nefasta”, concluiu Maria.
A CUT encabeçará plenárias regionais por todo país para discutir o grave momento que o País está passando e mobilizará o conjunto da sociedade para defender os direitos, os serviços públicos e as empresas estatais para um Brasil mais justo e solidário.
Os impactos da EC 95
Segundo o diretor executivo da CUT, Ismael José Cesar, a EC 95, aprovada no final de 2016, já está impactando a sociedade num desmonte generalizado e só tende a piorar. Segundo ele, postos de saúde e universidades já estão com falta de estrutura para trabalhar.
“Os postos de saúde estão sem estrutura básica como papel, caneta e luva e a Universidade de Brasília, considerada de ponta, agora em maio, não tem mais recurso para esse ano. A biblioteca já está fechada. E o mesmo está acontecendo em todos os segmentos e regiões do País”, contou ele.
Apesar de já haver ações de inconstitucionalidade contra a EC 95 tramitando no Supremo Tribunal Federal (STF), cuja relatora é a ministra Rosa Weber, segundo Ismael, é importante discutir com os candidatos nas eleições deste ano e conseguir o comprometimento deles para atuar com a classe trabalhadora em defesa da revogação da EC 95.
Outras medidas parecidas estão a todo vapor no Congresso Nacional. A Eletrobrás e a Petrobras estão sendo atacadas pelo mercado financeiro internacional, que está de olho nos bens naturais do Brasil.
O diretor executivo da CUT, Rogerio Pantoja, que é urbanitário, lembrou de outro ataque do mercado financeiro. As águas brasileiras estão sendo foco de grandes corporações, como a Coca-Cola, por exemplo, e é outra luta desta campanha. Segundo ele, o saneamento básico já está quase nas mãos das empresas privadas e é importante levar esse debate para os candidatos nas eleições de 2018.
“Os governos não estão preocupados com o saneamento, porque segundo eles, são obras que o eleitor não vê e não gera votos, mas é fundamental para a saúde e bem estar da população”, destacou Pantoja, que finalizou: “massificar o debate sobre a revogação da EC 95 é uma das principais tarefas da CUT para o próximo período. Com a unidade da classe trabalhadora, mobilização popular e Lula presidente a esperança e a luta se fortalecem”.
Campanha Brasil Forte
Para a garantia de desenvolvimento com equidade e cidadania para todos e todas e não para uma pequena parcela da sociedade, como prevê as privatizações, a Campanha Brasil Forte tem como principal objetivo revogar a EC 95.
A Campanha foi organizado por varias entidades CUTistas com o objetivo que se torne um debate popular sobre o tema, que impacta todo o povo brasileiro, principalmente os mais pobres deste País.
Plenárias regionais acontecerão a partir de junho e em Julho está previsto um dia de basta. Basta de injustiça, na retirada de direitos, na venda da soberania do país, no aumento da miséria e do desemprego para que tenham dignidade e perspectivas para esse país, não para uma minoria e sim para a maioria.
Segundo a secretaria-Geral adjunta, Maria Faria, o desafio é multiplicar esse conhecimento para que mais cidadão compreenda a gravidade do momento e junte-se na luta.
“Você não tem um país desenvolvido economicamente e socialmente se não tiver o trabalhador como protagonista. A CUT é o trabalhador e a trabalhadora brasileira, portanto defender as estatais, o serviço público e o emprego é defender o país".
Participação dos municipais
O Ramo dos Municipais foi representado no evento pela presidente da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam/CUT), Vilani Oliveira, que destacou a importância da união dos servidores. "É possível construir a unidade dos trabalhadores do serviço público das três esferas - municipal, estadual e federal - e das estatais, que são os segmentos mais atacados pelo desmonte do Estado", avaliou.
Vilani denuncia que no governo ilegítimo de Michel Temer não há espaço para o serviço público. "Nesse novo modelo de Estado mínimo não cabe o serviço público, não cabem as estatais, daí a sanha pela privatização".
Ela convoca os servidores municipais a se engajarem nos desdobramentos do seminário, como a realização de plenárias regionais. "Nessas plenárias, vamos traçar estratégias para os enfrentamentos futuros e para o diálogo com a população. Essas iniciativas serão significativas para reverter a atual conjuntura e redefinir nossas formas de resistência ao golpe em curso", afirmou.
Edição: Déborah Lima
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