Ao mesmo tempo onde o governo Temer tenta aprovar uma medida para cortar gastos públicos com Educação e Saúde, o presidente poderá afirmar um acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional) para o empréstimo de até U$10 bilhões aos bancos e investidores.
Enquanto o atual governo trava uma batalha com facilidade no Congresso para aprovar a PEC 241, projeto que congela o orçamento social em Educação e Saúde, outro front é montado para lidar com os bancos e investidores.
O governo analisa a possibilidade de emprestar ao Fundo Monetário Internacional o valor de U$10 bilhões. Trata-se de um acordo bilateral, que conta com a adesão de 26 países.
O acordo bilaterial tem prazo final em dezembro de 2019, podendo ser prorrogado até 2020, se houver consentimento dos países. O último recurso que o FMI usa vem dos acordos bilaterais, caso haja necessidade. Segundo o BC, até hoje o FMI não utilizou nenhum recurso de acordos bilaterais. O recurso principal do FMI são as quotas. Depois delas, o FMI usa os recursos do NAB.
O Brasil passou a ser um credor do FMI no ano de 2009, quando o então presidente Lula (PT) declarou que o país estava livre da dívida com o fundo externo. Naquele ano, o país atravessava um momento de crescimento em seu auge — não por acaso, Lula conseguiu eleger sua sucessora
, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) no ano seguinte.
Mas hoje o cenário é diferente
O governo de Michel Temer tenta aprovar no Congresso medidas para controlar os gastos públicos. A primeira delas é a PEC 241, mas ainda existem outras ainda mais drásticas, como a Reforma Trabalhista e a Reforma da Previdência, que devem chegar ao Congresso nos próximos meses.
O país enfrenta uma grave crise econômica, diferente de 2009. A taxa de desemprego é recorde nos últimos anos, o que tem sido considerado como uma “alavanca” para a impopularidade da ex-presidente Dilma, e consequentemente, o fator principal do seu processo de impeachment.
Porém, as medidas defendidas por Temer no Congresso já fazem com que sua popularidade se torne cada vez mais insustentável. Além de juristas e especialistas em economia, que consideraram projetos como a PEC 241 inconstitucionais e falhos, boa parte da opinião pública se opõe ao projeto por cortar investimentos nas áreas mais delicadas, que envolvem principalmente a qualidade de vida das classes mais baixas. Ao mesmo tempo, pelo menos 1% da população que controla mais de 80% dos lucros no Brasil não serão atingidos pelas reformas.
Pelo contrário — o acordo de empréstimo ao FMI é um pedido dos próprios bancos e investidores, com o objetivo de satisfazer o empresariado, que hoje apoia a PEC 241.
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Fonte: Agência Democratize |
terça-feira, 18 de outubro de 2016
Mesmo em crise, Temer cogita emprestar U$10 bi aos bancos
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