O evento, que recebeu sindicatos de servidores e professores de todo o estado, ficou marcado pelas falas de enfrentamento ao golpe contra a democracia e contra os direitos dos trabalhadores, fortemente ameaçados no Congresso Nacional, sob o comando do presidente ilegítimo Michel Temer (PMDB/SP).
“Nossa geração será cobrada, por filhos e netos, sobre como reagimos a estes ataques. Está nas nossas mãos a responsabilidade de escrever essa parte da história. Não temos o direito de não reagir”, afirmou a presidente da Fetamce, Enedina Soares, na abertura do evento, que reuniu também candidatos a prefeito e vereador, convidados a assinarem a carta compromisso com as propostas dos servidores públicos.
Um ciclo que se fecha
“O tempo agora é de luta, de nos armarmos contra o que está vindo contra nós. Estamos vivenciando a verdadeira luta de classes. Por isso, temos de ter lado e o nosso é o dos trabalhadores, contra o grande capital. Temos de ter convicção disso”, conclamou a secretária-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT/CE), Carmem Santiago, secretária de Relações do Trabalho da Confetam.
Enfrentar o desmonte da Democracia
O juiz trabalhista explica que a defesa da democracia é uma luta civilizatória, assim como é a resistência à retirada de conquistas históricas dos trabalhadores. “Retirar o 13º salário, os direitos previdenciários, a multa de 40% do FGTS por demissão sem justa causa, é inacreditável. A proposta é que o sujeito só possa retirar o FGTS quando se aposentar e que os recursos hoje depositados na Caixa passem para os bancos privados. Eles querem um crime hediondo”, acusou.
Inocêncio Uchoa entende que o momento é de resistência democrática e que não há espaço para cansaço ou fadiga. “Para além das grandes manifestações, a resistência também é um trabalho de formiguinha. É o professor em sala de aula, é o servidor na prefeitura, é a panfletagem dentro do ônibus, é o trabalhador no sindicato. A resistência se dá de todas as formas e nas pequenas coisas. O que não podemos é perder a esperança. Se no passado, com tanto poder, a ditadura militar caiu, esse governo golpista vai cair também”, assegurou.
Capital político da esquerda
“Mais recentemente a resistência democrática, com todos os percalços, foi maior do que os setores reacionários imaginavam. A luta democrática foi feita”, afirmou Vicente Flávio, se referindo à reação social ao impeachment ilegal da presidente Dilma e a tomada do Palácio do Planalto pelo vice-presidente Michel Temer (PMDB/SP).
Segundo ele, o governo interino entende que o problema do país não é a dívida pública, mas os direitos previstos na Constituição brasileira, que não cabem no orçamento do Estado mínimo de Temer, por isso é preciso alterá-la. Uma das mudanças constitucionais mais caras aos trabalhadores, aponta, é no Capítulo da Seguridade Social, Assistência à Saúde e Previdência.
“Eles estão decididos a desmantelar a Previdência Social, o alcance do SUS, para que mais recursos sejam drenados para o rentismo. Querem destruir a CLT, o acúmulo de conquistas de décadas, diminuir o público do Bolsa Família, desatrelar a previdência do salário mínimo. As propostas estão surpreendendo até o mundo conservador e o mundo do trabalho não pode se comportar com se tivesse em tempos normais”, cobra.
Denunciar a perseguição
Ela citou o fato de ter sido barrada no Congresso Nacional por usar um lenço vermelho com a marca da CUT, o caso da presidente da Confetam, ameaçada de detenção pela Polícia Legislativa por distribuir nos gabinetes cartas contra o desmonte do serviço público, a prisão de jornalistas e de cidadãos que protestaram contra o governo ilegítimo durante os jogos olímpicos. “São sinais de que ditadura pelas Forças Armadas pode ser só uma questão de tempo. A pauta agora é alterar a Constituição para mudar o Estado brasileiro. É pior dez vezes do que foi defendido pelo FHC, tempos em que resistimos heroicamente ”, lembrou.
Qual será a nossa reação?
Na pauta de maldades, Graça Costa destaca a tramitação célere da PEC 241, que congela o orçamento público por 20 anos, aprovada na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, e o PLP 257, que estabelece um teto para os gastos dos Estados e Distrito Federal, aprovada no Plenário. “Os municípios não vão ter como reajustar salários, nem fazer concursos públicos. As folhas de pagamento serão enxugadas e nós vamos para a demissão, este é o cenário. E qual será a nossa reação?”, questionou.
Para a dirigente da CUT Nacional, a prioridade agora é trabalhar a unidade e organizar, com o apoio dos movimentos sociais, o enfrentamento à pauta reacionária do Congresso, que inclui a regulamentação da terceirização sem limites, da prevalência do negociado sobre o legislado, entre diversos projetos nefastos para o povo brasileiro e à Nação, como a venda das estatais e a entrega do Pré-Sal.
Carta compromisso
O documento foi apresentado a candidatos às Câmaras Municipais e às Prefeituras de todo o estado. Cerca de 100 candidatos firmaram acordo com a carta compromisso com as diretrizes que apontam para a efetiva implantação e o funcionamento regular e dinâmico de uma gestão compartilhada e participativa.
VII Marcha
A atividade abriu espaço ainda para a convocação da VII Marcha dos Servidores Municipais, que acontece no dia 16 de setembro e tem como tema: Servidores em Luta - Contra o Desmonte dos Municípios e dos Direitos. Na oportunidade, foi lançada a música tema do evento.
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Última atualização: 15/08/2016 às 12:49:35 |
segunda-feira, 15 de agosto de 2016
Fetamce lança propostas para as eleições e denuncia golpe contra os direitos
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