sexta-feira, 26 de maio de 2017

200 mil pessoas ocuparam Brasília nesta quarta (24) pedindo Fora Temer e Diretas Já


Nesta quarta-feira, 24 de maio, a Capital Federal parou! 200 mil trabalhadores, vindos de todo o país, ocuparam as ruas de Brasília para pedir a renúncia de Temer e reivindicar eleições diretas para presidente. Os manifestantes também reforçaram o protesto do povo brasileiro contra as reformas Trabalhista e da Previdência.
 
A manifestação foi convocada em unidade pela CUT e as demais centrais sindicais e frentes democráticas brasileiras. Um dia histórico, considerado o maior ato público e popular da história da cidade.
 
O protesto aumentou a pressão sobre o presidente golpista e deixou muito claro para a classe política que a resistência contra o desmonte do Estado e dos direitos está em curso.
 
A atividade contou com a participação de representantes de mais de 30 municípios do Ceará, que chegaram ao Distrito Federal em caravana liderada pela Fetamce. Estiveram presentes servidores públicos municipais de Barreira, Acarape, Campos Sales, Canindé, Caucaia, Crato, Guaiúba, Ipú, Ipueiras, Itapipoca, Tururu e Uruburetama, Itarema, Jaguaribe, Jardim, Maracanaú, Meruoca, Missão Velha, Monsenhor Tabosa, Morada Nova, Nova Russas, Quixadá, Banabuiú, Croró, Ibicuitinga, Ibaretama, São Gonçalo do Amarante, Senador Pompeu, Tabuleiro do Norte, Tamboril e Ubajara.
 
Já conforme a Confetam, foram mais de 500 servidores das cidades de todo o país presentes no ato.
 
“A crise política jogou lenha nesta fogueira, e o Ocupa Brasília foi grande, forte e histórico. A luta contras as reformas e a possibilidade de derrubá-las só aumentou, assim como o clamor social do ‘Fora Temer’ e por eleições direitas para presidente”, enfatiza Enedina Soares, presidente da Federação de Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Ceará (Fetamce).
 
O protesto, iniciado com uma marcha, teve concentração no estádio Mané Garrincha e seguiu pelo Eixo Monumental, passando pela esplanada dos ministérios, até chegar o Congresso, que já amanheceu cercado por barras de proteção e forças de segurança.
 
A longa e firme caminhada não tinha fim, sendo coordenada através de pelo menos 10 trios elétricos.
 
Trabalhadores de diversas atividades econômicas estavam nas ruas, assim como integram a agitação pública os movimentos dos sem teto e sem terra, de luta por moradia, de bairros e favelas, de juventude, de LGBTs, de negros e de mulheres.
 
Toda essa diversidade de atores sociais mostrou, acima de tudo, muita unidade. Diferentes grupos ideológicas estavam em sintonia completa para derrotar Temer e o Golpe.
 
O sentimento de revolta contra o conjunto de atrocidades do Governo Temer, agravado pela incriminação do mandatário em delação da JBS, fez com que uma minoria entre os manifestantes aumentasse o tom e tentasse chegar ao Parlamento, furando o bloqueio da Polícia Militar e da Polícia Legislativa do Distrito Federal, que impedia que os manifestantes ocupassem o gramado.
 
Porém, a polícia militar e o Exército reprimiram duramente o público. Em ação completamente desproporcional, homens em solo e no ar jogavam bombas de efeito moral no povo e houve registro do uso de armas de fogo contra os populares desarmados. Balas de borracha e spray de pimenta também foram usados. Segundo informações do Governo do DF, foram 42 feridos.
 
Além disso, de forma autoritária, Temer baixou um decreto onde instala o Estado de Exceção no país, ao autorizar o uso das Forças Armadas de 24 a 31 de maio. A atitude foi duramente criticada, pois só tem paralelo com a Ditadura Militar e deixa evidente a fragilidade institucional no Brasil. Após a crítica geral, o decreto foi revogado.
 
“Em nenhum momento houve iniciativa por parte dos manifestantes. O que vi foi uma PM completamente descontrolada. Começaram jogando spray de pimenta, o que terminou em tumulto”, diz Ana Paula Cavalcante, que acompanhava atos com grupo do Sindicato dos Policiais Civis do Ceará.
 
“Tinha cavalaria, cães treinados, tinha de tudo aqui. Estávamos todos cercados. Vivemos um dia de ditadura. Ao mesmo tempo, não podemos permitir que a mídia monopolista e o governo usurpador tratam de inventar sua narrativa sobre a formidável mobilização sindical e popular que tomou conta de Brasilia desde o final da manhã”, diz Enedina Soares.
 
Conforme as centrais sindicais, uma agenda de luta contínua será instalada. A avaliação é de que o Ocupa Brasília é só o começo. A classe trabalhadora mostrou força e evidenciou que Temer não tem autoridade política, ética ou moral para conduzir o Brasil.

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